Os Abençoados


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Gálatas, uma epístola marcada pelo legalismo

Texto Áureo

"Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue outro evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema". Gl 1.8

Verdade Aplicada

Deus, por meio de Paulo, demonstrou que é preciso suportar as tribulações e repudiar as heresias.

Objetivos da Lição

Despertar para a necessidade de uma vigilância doutrinária;
Identificar os erros doutrinários dos Gálatas;
Demonstrar a atualidade dos ensinos paulinos aos Gálatas.

Texto de Referência

Gl 1.6              Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho;
Gl 1.7              O qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo;
Gl 1.8              Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema;
Gl 1.9              Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá alem daquele que recebestes, seja anátema;
Gl 1.10            Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda á homens, não seria servo de Cristo;
Gl 1.11            Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem;
Gl 1.12            Porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.










Gálatas é o grito de liberda­de contra toda a forma de legalismo religioso, consoante a doutrina da justificação pela fé sem as obras da lei.
O estudo da epístola aos Gálatas é a oportunidade que todos os cren­tes têm de se aprofundar nos funda­mentos do cristianismo. Precisamos compreender inteiramente a salva­ção pela graça e a liberdade espiri­tual que temos em Cristo. Por isso, nesta aula, vamos aprender a importância de se valori­zar a liberdade conquistada por Cristo. Se tivéssemos que cumprir a lei cabalmente, estaríamos per­didos, pois ao menor desvio nos exporíamos ao castigo. Temos que nos conscientizar do perigo que correm aqueles que deixam suas igrejas para se unirem a inovações de dou­trinas estabelecidas e difundidas por pessoas desautorizadas por Deus e até mesmo com interesses escusos, como foi o caso dos judaizantes entre as igrejas da Galácia.
Esta introdução mostra que a epístola aos Gálatas foi escrita para salvar o cristianismo do legalismo judaico, o qual, na atuali­dade, representa o legalismo religi­oso. Em qualquer época há sempre o risco de alguém, ou de um segmento da Igreja se inclinar para este problema. Paulo, em sua primeira viagem missionária junto com Barnabé, fundou igrejas entre os gentios nas cidades de Listra, Derbe, Icônio e Antioquia da Pisídia, região da Galácia. Por causa da Diáspora, ha­via muitos judeus espalhados por essa região, os quais também acei­taram o evangelho. Todavia, esses convertidos ao cristianismo queriam impor aos crentes gentios as práti­cas judaicas como condição para a salvação. Com isso, a situação das igrejas da Galácia ficou crítica, co­locando em risco não só a fé desses irmãos e a autoridade apostólica de Paulo, mas principalmente o futuro do cristianismo. Acrescentar, pois, algo mais à salvação, descaracteriza total­mente o autêntico cristianismo reve­lado no Novo Testamento.

A epístola aos Gálatas foi escri­ta para salvar o cristianismo do legalismo judaico. Apesar de ser uma das mais breves epístolas do apóstolo Paulo, tem exercido gran­de influência na vida da Igreja. Seu assunto continua atual, pois em qual­quer época há sempre o risco de al­guém, ou de um segmento da Igreja se inclinar para o legalismo religio­so.

As duas primeiras viagens do Apostolo Paulo

1. Igrejas da primeira viagem de Paulo.
É muito importante conhe­cer a origem das igrejas da Galácia, pois isso ajuda a compreender a epís­tola aos Gálatas. Essas igrejas foram fundadas por Paulo e Barnabé. A primeira viagem missionária de Paulo começou em 46 e terminou em 48 d.C. e ocupa os capítulos 13 e 14 de Atos. Atravessando a ilha de Chipre, terra natal de Barnabé (At 4.36), foram para o continente pas­sando por Perge, cidade da Panfília, e depois para Antioquia da Psídia.

2. As cidades da Galácia.
Ex­pulsos da cidade da Antioquia da Pisídia, Paulo e Barnabé partiram para Icônio. Como as hostilidades eram as mesmas da cidade anterior, e havendo motim tanto dos judeus como dos gentios, foram para a região da Licaônia, fundando igrejas nas cidades de Listra e Derbe. De onde retornam para Antioquia da Síria, visitando e con­clamando as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia (14.22) e estabele­cendo pastores nativos para cada uma dessas igrejas (14.23).

3. O concilio de Jerusalém.
À luz de Atos 14.27 - 15.2, o concilio de Jerusalém aconteceu depois dessa vi­agem em virtude do grande número de gentios convertidos e a intensa con­trovérsia sobre a "maneira de viver" desses novos cren­tes. Havia judeus convertidos ao cris­tianismo que queriam impor aos gen­tios as práticas judaicas como condi­ção para a salvação. Depois desse con­cilio o apóstolo Paulo inicia sua se­gunda viagem com dois propósitos fundamentais: revisitar as igrejas que ele fundara, juntamente com Barnabé na sua primeira viagem e abrir novas frentes de trabalho.

4. A segunda viagem de Paulo.
Partiu com Silas seguindo direto para Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, para fortalecer as igrejas. Em Listra conheceu Timóteo, que passou a integrar a comitiva do apóstolo acompanhando-o em sua viagem. Depois disso foram para Trôade "pas­sando pela Frígia e pela província da Galácia" ou "região frígio-gálata" (Versão Almeida Atualizada) — re­gião norte da Galácia, (At 16.6).

Os Gálatas

1. Origem dos gálatas.
O nome "Galácia" deriva dos gauleses, povo que invadiu a Ásia Menor no séc. III a.C, também chamado de povo celta pelos escritores clássicos da Antigüidade. O termo "Galácia" foi aplicado a esse povo por volta do séc. III a.C., foi adotado pelos gregos e, aos poucos, foi se generalizando. Os gálatas estabeleceram seu reino na região de Péssina, Távia, Ancira — atual Ankara, capital da Turquia, que corresponde à região frígio-gálata, mencionada em Atos 16.6; 18.23.

2. A Galácia dos dias do apósto­lo Paulo.
Na época do ministério do apóstolo Paulo a Galácia não era ape­nas a terra dos gauleses ou celtas. Abrangia também a região de Antioquia da Pisídia, Listra, Icônio e Derbe, na Licaônia, cidades que formam o que chamamos hoje de Galácia do Sul. A Galácia do Norte é a região mencio­nada em Atos 16.6; 18.23. De modo que toda aquela região era chamada de Galácia.

3. Quem são os destinatários da epístola?
A dificuldade que muitos acham é saber se o apóstolo enviou essa epístola para as igrejas da Galácia do Norte ou para a Galácia do Sul, vis­to que ele apenas diz: "às igrejas da Galácia" (Gl 1.2). As duas linhas de interpretação apresentam argumentos consistentes mas nenhum deles é de­cisivo.
Por que a Galácia do Sul? Os ar­gumentos em favor da Galácia do Sul nos parecem mais convincentes. O Novo Testamento não registra nenhu­ma atividade de Paulo e sua comitiva na Galácia do Norte. O texto apenas diz: "e passando pela Frígia e pela pro­víncia da Galácia" (At 16.6) e "pas­sando sucessivamente pela província da Galácia e da Frígia"(At 18.23). Não está, pois, declarado que Paulo fundou igrejas nessas regiões. Não há qualquer citação referente à Galácia do Norte.

Autoria e Data

1. Paulo, o autor de Gálatas.
O apóstolo Paulo tinha amanuenses; Tércio era um deles (Rm 16.22), en­quanto Silvano foi o do apóstolo Pedro (1 Pe 5.12); como no Antigo Testa­mento, Baruque foi escriba do profeta Jeremias (Jr 36.4). A maioria das car­tas de Paulo foi escrita por seus amanuenses ou escribas. Como a situ­ação das igrejas da Galácia era crítica, estava em jogo não só a fé desses ir­mãos e nem apenas a autoridade apos­tólica de Paulo, mas principalmente o futuro do cristianismo. Ele mesmo es­creveu de seu próprio punho (Gl 6.11), pois não queria deixar margem para os gálatas duvidarem da autenticida­de da carta.,
2. Data da epístola.
Tem havido muita controvérsia quanto à data e des­tinatário dessa epístola. Há três possíveis datas, mas todas elas têm os seus "senões" — 49, 53 e 56 d-C. A se­qüência de eventos é a seguinte: pri­meira viagem missionária, em segui­da foi escrita a epístola aos Gálatas, depois ocorreu o concilio de Jerusa­lém e segue-se a segunda viagem. Isso nos dá subsídios para datá-la por vol­ta de 49 d.C, e escrita da região entre Antioquia da Síria e Jerusalém.

Conteúdo de Gálatas

1. Tema.
Os expositores do Novo Testamento deram vários títulos à epís­tola aos Gálatas. Hoje ela é conhecida como: "a escritura da liberdade cristã, carta magna de emancipação espiritu­al, grito de guerra da Reforma, a gran­de carta da liberdade religiosa, declaração cristã de independência", além de outros. É a apologia da liberdade cris­tã, contra toda a forma de legalismo: A salvação é um ato da graça de Deus; somos salvos pela fé em Jesus (Gl 2.16). Acrescentar algo aí, como condição para salvação, descaracteriza totalmente o autêntico cristianismo revelado no Novo Testamento.

2. Gálatas e Romanos.
Gálatas e a epístola paulina que mais se apro­xima de Romanos. Podemos apresentar cerca de 25 passagens parale­las entre essas epístolas, defenden­do os mesmos ensinos (compare Rm 4.3 com Gl 3.6; Rm 4.10,11 com Gl 3.7). Ambas livraram o cristianis­mo de se tornar uma seita do judaís­mo. Se Romanos foi o estopim que incendiou toda a Europa do século XVI, com a Reforma Protestante, Gálatas foi para Lutero a pedra fun­damental usada contra a hierarquia e todo o ritualismo da Igreja Roma­na. Depois de Romanos, é o livro da Bíblia que exerceu mais influência na história do cristianismo.

3. Atualidade de Gálatas.
Como uma pequena carta, dirigida a uma comunidade cristã do pri­meiro século para resolver um pro­blema local, pode continuar sendo documento atual no limiar do terceiro milênio para suplantar um mal de tantos séculos? É porque o perigo do legalismo sempre existiu e sempre existirá durante toda a história do cristianismo. Sempre foi do ho­mem o desejo de conquistar a sal­vação por seus próprios esforços.

Concluindo

Por mais sincero que sejam os legalistas da Igreja da atualidade, devemos lembrar que os opositores contemporâneos do apóstolo Pau­lo, como muitos adeptos de seitas, vêm lutando contra a verdade do evangelho. Devemos tomar muito cuidado, pois, as aparências, formalismos, fanatismos, ritos e práti­cas legalistas não são características do cristianismo do Novo Testamen­to. Cristianismo é a religião da li­berdade cristã para servirmos a Deus em espírito e em verdade e não religião de ritos.
Se os gálatas não fossem dura­mente corrigidos e continuassem a concordar e a praticar os ensinos dos judaizantes, o fundamento do evan­gelho desmoronaria. A fé em Cristo seria mais um dos passos da salva­ção e não o único. O evangelho em si mesmo seria deturpado (1.6-9). Paulo enxergou perigos ameaçadores diante da Igreja de Cristo em ex­pansão. A insistência dos gálatas na observância de severas regras do ju­daísmo trariam efeitos colaterais. As distinções sutis entre os crentes ine­vitavelmente os arrastariam para: "fé em Cristo é bom, mas uma pessoa circuncidada que guarda a lei judai­ca... é muito melhor. Bem cedo, tais ensinos contagiaram dois estimados apóstolos, Pedro e Barnabé. Crentes circuncidados consideravam os não-circuncidados como cidadãos de se­gunda classe. A epístola aos Gálatas, então, é um golpe duro contra os perigos sutis que podiam perverter o evangelho e dividir a Igreja.

Bibliografia E. Soares

O legalismo é, conforme defi­ne o Dicionário Teológico, CPAD, a "tendência a se reduzir a fé cris­tã aos aspectos puramente materi­ais e formais das observâncias, prá­ticas e obrigações eclesiásticas". 






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