Os Abençoados


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O discernimento espiritual do crente

Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Co 2.15).


Discernimento é a habilidade conferida pelo Espírito Santo ao cristão para distinguir o real do aparente e a verdade da mentira.

Aprendemos a precavermo-nos das sutilezas de Satanás e dos perigos à nossa volta. Há heresias, aberrações teológicas e doutrinas que parecem cristãs. Por meio do ensino dos falsos mestres é possível o cristão reconhecer a fonte, mas, às vezes, tais doutrinas são apresentadas de maneira sutil, tornando-se impossível o seu discernimento sem a ajuda do Espírito Santo.

DEFININDO OS TERMOS

Sinais e prodígios (v.1). A palavra hebraica ’ôth, traduzida no texto, por “sinal” é termo genérico que significa: “marca, insígnia, indício, milagre, sinal miraculoso”. Quando o sentido é de sinais miraculosos, ’ôth vem acompanhado do termo hebraico mophēth, “maravilha, milagre, sinal, feito” (Êx 7.3; Dt 4.34; 6.22). O Novo Testamento usa o termo grego sēmeion para descrever os milagres operados por Jesus (At 2.22). À luz do texto sagrado, é perfeitamente possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem ser enviado por Deus.

 Espírito de adivinhação (v.16). A palavra grega usada para “adivinhação” é python, nome de um dragão que, segundo a mitologia clássica, era guardião do templo de Apolo e do oráculo de Delfos. Acreditava-se que Apolo se encarnava nessa serpente para inspirar as pitonisas. Os gregos chamavam de python, portanto, ao adivinho que previa o futuro.
Adivinhação consiste na revelação de segredos do passado, do presente e do futuro. Essa prática associa-se à feitiçaria, cujo intento é usar poderes do mundo espiritual para influenciar as pessoas ou até eventos.

Discernimento. A palavra grega para “discernimento” é diakrisis. O termo aparece três vezes com o sentido de contenda (Rm 14.1). Discernimento, pois, é a capacidade de escolher entre o bem e o mal em virtude do crescimento espiritual (Hb 5.14). É a capacidade sobrenatural para se distinguir a fonte da manifestação espiritual, se é de fato do Espírito Santo, de um espírito demoníaco ou meramente humano (1 Co 12.10).

AS ARMAS ESPIRITUAIS

O dom do Espírito Santo. O dom de discernir os espíritos aparece logo após o dom de profecia (1 Co 12.10). Por essa razão, muitos vêem no referido dom o recurso para se “julgar” as profecias (1 Co 14.29). Entretanto, o contexto neotestamentário mostra que o dom não se limita a essa função; é também útil para identificar a origem das várias manifestações de profecias, línguas, visões e curas. O discernimento de espíritos manifesta-se em situações em que não é possível, pelos recursos humanos, identificar a origem da atuação sobrenatural.

O discernimento apostólico (v.18). Há duas maneiras para se discernir a fonte da mensagem ou dos milagres: pelo conteúdo doutrinário (Hb 5.14; 1 Jo 4.1) ou pela revelação do Espírito Santo (At 5.1-5). O apóstolo Pedro não teria como saber o propósito de Ananias e Safira sem a intervenção do Espírito de Deus. Em Filipos, diz o texto sagrado que a jovem com poderes de adivinhação “isto fez por muitos dias” (v.18): “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo” (v.17). Isso parece mostrar que o discernimento foi tanto pelo conteúdo doutrinário como também pela revelação do Espírito Santo.

AS ASTÚCIAS MALIGNAS

Uma mensagem embaraçosa (v.17). A jovem estava possessa, tomada pelo espírito das trevas, logo, a mensagem não vinha de si mesma, mas do espírito que a oprimia. Satanás é o pai da mentira (Jo 8.44) e o principal opositor da obra de Deus (At 13.10). Por que, então, o espírito adivinho elogiou os dois mensageiros de Deus, dizendo a todos que eles eram anunciadores do caminho da salvação e “servos do Deus Altíssimo”? Porque era uma estratégia demoníaca para confundir o povo.

O termo “salvação” (v.17). O texto não esclarece a que salvação o espírito imundo referia-se, considerando ser um termo comum entre os pagãos. Essa técnica é usada, ainda hoje, pelas seitas. A salvação dos mórmons, por exemplo, apresenta sentido diferente daquela pregada pelo cristianismo bíblico: como libertação dos pecados (Mt 1.21), livramento da condenação eterna (Rm 8.1) e transformação pelo poder do Espírito Santo (Tt 3.5).

Qual a intenção do espírito de adivinhação? O propósito diabólico era dizer a todos que a mensagem que Paulo e Silas pregavam seria a mesma da jovem adivinhadora. Ainda hoje, Satanás usa essa estratégia para fazer o povo acreditar na falsa idéia de que todas as religiões levam a Deus. Essa mensagem é absolutamente oposta à Bíblia; Jesus é singular, o cristianismo é exclusivo; somente Jesus conduz o homem a Deus (Jo 14.6; At 4.12).

DISCERNIMENTO

O falso e o verdadeiro (v.2). Deus deu a Israel profetas legítimos, os quais falaram inspirados pelo Espírito Santo. Mesmo no reino dos profetas, Deus permitiu o surgimento de falsos profetas (2 Pe 1.19-21; 2.1). Como distinguir o falso do verdadeiro? O texto sagrado diz: “profeta ou sonhador... te der um sinal ou prodígio” (v.1). Isso fala de sinais grandiosos que podem impressionar os imprudentes. O termo: “Vamos após outros deuses” (v.2), trata-se de milagres estranhos. Qualquer um, portanto, mesmo com o mínimo de discernimento, tem condições de discernir a fonte desses aparentes milagres.

A necessidade do discernimento. Já vimos em lições anteriores a possibilidade de manifestações sobrenaturais por meio de homens não comprometidos com a verdade. Jesus disse que o Anticristo virá fazendo sinais, prodígios e maravilhas de maneira tal que, se possível fora, enganaria até os escolhidos (Mt 24.24). Os agentes de Satanás transformam-se em anjo de luz, e seus mensageiros em ministros de justiça (2 Co 11.13-15). O crente depende da ajuda do Espírito Santo para discernir a verdade, e, para isso, é necessário estar em comunhão com Ele.

CONCLUSÃO

É dever do cristão não se levar pela manifestação de sinais sobrenaturais sem antes ter certeza de sua origem. Há quem defenda a ortodoxia cristã, mas não tem qualidade ética, não vive o que prega e nem prega o que vive. Por outro lado, há quem viva uma vida exemplar, mas cuja doutrina é heresia. Que Deus abençoe e ajude-nos! Fiquemos sempre na Palavra de Deus.

“O momento é de alerta"

O momento atual da Igreja de Jesus Cristo impõe urgência ao tratar as doutrinas fundamentais da Bíblia Sagrada como prioridade inegociável. É preciso escrevê-las, discuti-las, ensiná-las com mais profundidade e dedicação para que possam ser aprendidas, lembradas, divulgadas como tarefa sine qua non da igreja.
No passado, gastávamos muito tempo falando mais de costumes do que de doutrina. Hoje, infelizmente, não falamos nem de uma coisa nem de outra. Muitos de nossos púlpitos estão indefinidos porque cederam à tentação dos avivamentos coreográficos, da exibição dos grandes números e da cultura imediatista, as quais flagelam os que procuram seriedade no servir a Deus.

Algumas igrejas, por causa disso, tornaram-se patrocinadoras de espetáculos e locais onde o ego humano é ‘massageado’, com o nítido objetivo de crescimento rápido e vantajoso. Resultado: vulnerabilidade doutrinária e frenesi pelas novidades (At 17.21).

Com a falta de ensino bíblico em muitos de nossos púlpitos, criou-se no povo um fascínio desesperadamente ambicioso pela experiência, que acabou se tornando a pedra de toque da vida da esmagadora maioria dos crentes pentecostais. As profecias, sem nenhum ensino, acabaram tomando o primeiro lugar na preferência da maioria dos nossos cultos, valendo, para muitos, mais uma profecia do que um ensino bíblico.

Não esqueçamos que o nascedouro de heresias é sempre a ausência de estudo bíblico sistemático. Ademais, o povo de Deus precisa ter conhecimento das doutrinas cardeais das Sagradas Escrituras para poder se defender das heresias.

Precisamos, portanto, e com muita urgência, fazer uma nova leitura das necessidades reais do nosso povo e da sociedade ao nosso redor e pensar num meio de tornar as Boas Novas do Evangelho mais convincentes para o homem atual” (LIMA, P. C. O que esta por trás do G-12. RJ: CPAD, 2000, pp.30-31).

Lições Biblicas, CPAD, 2º trimestre 2006, Heresias e Modismos — Combatendo os erros doutrinários

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