Os Abençoados


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A tolerância para com os fracos na fé

Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis(Jo 13.34).

A motivação para o relacionamento e a conduta dos cristãos é a plena predominância do amor para com todos os que nos cercam.

Havia sérias divergências entre os crentes de Roma sobre a ingestão de carne. Uns achavam que deviam comer somente legumes; outros supunham não haver nenhum problema em se consumir até mesmo os alimentos que ofendiam os cristãos de origem judaica.

A questão, explica Paulo, não estava no ato de comer em si, mas na postura pessoal entre eles. Por isso, devemos ter cuidado com o julgamento que fazemos de nossos irmãos em Cristo.
O que o apóstolo desejava, em outras palavras, é que os cristãos romanos não julgassem uns aos outros por causa dessas coisas, mas se aceitassem mutuamente conforme Cristo ensinara.

 DEVEMOS NOS ACEITAR MUTUAMENTE

Cristo nos aceita do modo como somos. Paulo ensina que judeus e gentios devem amar uns aos outros assim como Cristo amou a ambos: “recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para a glória de Deus” (Rm 15.7).

Isto significa que, na comunidade dos santos, não há lugar para prejulgamentos: “Quem és tu que julgas o servo alheio?”. Todos somos iguais perante Cristo, e somente Ele, por meio de sua graça redentora, pode firmar os fracos (v.4).

Somos imperfeitos. Se desejamos, de fato, crescer e alcançar a perfeição exigida pela Palavra de Deus, devemos acrescentar diariamente à nossa fé a virtude, e à virtude o conhecimento (2 Pe 1.5).

Ora, se ainda não chegamos à estatura de varões perfeitos, como poderemos julgar nossos irmãos por causa de coisas insignificantes como acontecia entre os crentes romanos?

Somos membros de uma mesma família. Como filhos de Deus, devemos cuidar uns dos outros e nos amarmos com o amor que nos concedeu o Pai (1 Jo 3.1). A Bíblia nos ensina que somos um só corpo: o corpo de Cristo (1 Co 12.27) que está sendo edificado (Ef 4.12-15). Portanto, acima de nossos direitos e desejos está o bem comum, o cuidado dos outros e o crescimento da Igreja do Senhor.

TIPOS DE CRISTÃOS

Um ponto interessante a ser destacado, no texto em estudo, é a diferença entre os vários tipos de crentes na igreja de Roma. Isto significa que há, entre os filhos de Deus, diferentes níveis de conhecimento e de fé. Há os crentes meninos, os maduros, os carnais, os espirituais, os fracos, os fortes etc. (Ef 4.14; 1 Co 3.11; 1 Co 8.11).

Todos somos crentes, nascidos de novo. No entanto, cada um de nós tem um modo próprio de vivência cristã e de enfrentar os problemas e as necessidades do cotidiano. Todos temos uma reação diferente diante das mesmas circunstâncias; um jeito peculiar de ver e julgar as situações.

Cristãos fortes. A igreja de Roma enfrentava problemas semelhantes aos de Corinto e de Colossos (1 Co 8; Cl 2.16-23): conflitos entre os cristãos fracos e os fortes (1 Co 8.7). Os fortes são os que conhecem a Palavra de Deus; os fracos ainda não alcançaram o verdadeiro entendimento das coisas espirituais.

Quando o homem aceita a Cristo, sente imediatamente a necessidade de crescer no conhecimento da fé que abraçou e de desenvolver-se na salvação conforme nos ordena a Bíblia: “Operai a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12).

Muitos, infelizmente, negligenciam a busca pelo crescimento espiritual. O escritor aos Hebreus chegou a dizer que gostaria de ministrar um ensino mais substancial aos seus leitores; estes, porém, ainda não podiam receber algo mais substancial devido à sua falta de crescimento (Hb 5.11-14).

Cristãos fracos. Em geral, por falta de conhecimento, os cristãos fracos suscitam uma infinidade de barreiras que acabam por comprometer o seu crescimento espiritual. Em Roma, por exemplo, os cristãos de origem judaica achavam que comer carne era pecado; outros, ainda presos à lei de Moisés, guardavam o sábado e outros dias tidos como sagrados pelo judaísmo.

Quanto a tais coisas a Bíblia diz: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5.1).

Perigos para fortes e fracos. Os fortes correm o risco de se tornarem arrogantes, desprezando aos que têm menos conhecimento. A solução, portanto, é que eles se portem com humildade e amor: “Se o manjar escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão se não escandalize” (1 Co 8.13).
Os fortes tendem a se portar como o fariseu que, soberbamente, agradecia a Deus “por não ser como os demais” (Lc 18.11). O orgulho sempre estará rondando os irmãos mais fortes na fé; eis porque estes devem revestir-se de humildade.

Julgar os demais é o pecado em que pode incorrer o irmão mais fraco. Como ele, que não come carne, acha-se no direito de julgar os que o fazem, condena a postura de seus irmãos na fé por causa de questões secundárias e que nenhuma importância têm para a fé cristã.

VIVENDO A VERDADEIRA LIBERDADE EM CRISTO

Se por um lado, os cristãos não mais estão presos às ordenanças cerimoniais da Lei de Moisés, isto não significa que possamos levar uma vida libertina e isenta de limites. Pelo contrário: os filhos de Deus são exortados a ser santos em toda a sua maneira de viver. Sejamos santos, porque Aquele que nos chamou é santo.

Infelizmente, muitos cristãos têm a propensão de carregar consigo certas coisas do passado. Era o que acontecia com alguns crentes de Roma.

A ingestão de carnes. Para os judeus, alguns tipos de carne eram terminantemente proibidos. Levando-se em conta que, em Roma, ofereciam-se também carne aos ídolos, os cristãos de origem judaica não somente a evitavam, como também criticavam os crentes gentios por usarem-na em sua dieta.
Havia também alguns crentes de origem gentílica que se abstinham de carne, já que corriam o risco de comer algo sacrificado aos ídolos.

E o que dizer dos que pregavam o ascetismo? Eles não somente ensinavam que não se podia comer carne como também punham-se contra o casamento. Tais ensinamentos foram considerados por Paulo como “doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1-8).

O ensino bíblico quanto a isso é bastante claro. Paulo afirma que todas as coisas que Deus criou são boas (1 Tm 4.4) e que nada, em si, é imundo (Rm 14.14). O próprio Cristo asseverou: “nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar” (Mc 7.15,18,19).

Guardando dias especiais. No Antigo Testamento, os judeus eram obrigados a observar certos períodos e dias santificados. Além disso, eles, por si mesmos, introduziram outras ordenanças que, conforme denunciara o Senhor Jesus, não passavam de mandamentos de homens (Mt 15.8,9).

Por conseguinte, alguns judeus cristãos sentiam-se na obrigação de guardar sábados e luas novas, não percebendo que, no Novo Testamento, não nos é imposta nenhuma obrigação nesse sentido.

A postura correta. Quanto a estas questões, a Bíblia contém a devida diretriz:

a) “Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo” (v.5). Isto significa que o crente deve agir de acordo com sua própria consciência, que deve estar alinhada com a Palavra e iluminada pelo Espírito Santo.
b) Somente Jesus é Senhor e Juiz. Somos todos irmãos, e não juízes. Isto não significa, porém, que não podemos julgar as questões surgidas entre nós. Este julgamento, no entanto, tem de ser conduzido conforme o recomendado por: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” (Jo 7.24). Aliás, escreve o apóstolo aos coríntios que os santos hão de julgar os anjos (1 Co 6.3). Logo, estamos habilitados também a julgar as coisas desta vida com temor de Deus. Mas que todo julgamento, frisamos, deve ser segundo a reta justiça.

CONCLUSÃO

O objetivo maior de todo o crente deve ser o crescimento do Reino de Deus e a edificação da Igreja. Tudo o que o cristão vier a ser, ou a fazer, deve objetivar o desenvolvimento do corpo de Cristo, nunca para o seu prejuízo.
Toda sua conduta deve ser guiada pelo amor aos demais irmãos.

“Grande parte da discussão no capítulo 14 diz respeito a certos tipos de alimento que são imundos. A palavra grega ‘koinos’ (imundo, impuro) era usada pelos judeus para simbolizar o que era profano ao invés do que era sagrado (Mc 7.2,5). A proeminência deste conceito em Romanos 14 também sugere que a disputa dietética entre os crentes romanos estava sendo continuada entre judeus, que desejavam observar os regulamentos dietéticos, e gentios, que não tinham interesse em tal restrição de liberdade.

A controvérsia na comunidade cristã em Roma gira em torno das práticas de comer carne, da observância de certos dias como mais santos que os outros e do vinho (a última atividade recebe menos ênfase no texto). Os que comiam carne, bebiam vinho e desconsideravam o valor particular relacionado a certos dias são chamados de ‘forte’ (Rm 15.1); os que faziam o oposto são os ‘fracos’ (15.1), ou débeis na fé. A associação dos fracos com os que se privam de comer carne por causa das categorias de limpo e imundo (Rm 14.2,14) mostra que os judeus eram os que Paulo considerava fraco, e os gentios, fortes.

Claro que esta é uma simplificação do assunto. As divisões nas igrejas que se reuniam nas casas romanas não estavam tão nitidamente delineadas na linha étnica. Certamente havia judeus como Paulo que apoiavam os ‘fortes’. Reciprocamente, havia alguns gentios convertidos ao cristianismo que, tendo entrado na Igreja pela sinagoga como pessoas tementes a Deus ou mesmo como prosélitos judeus, favoreciam a retenção das práticas judaicas que eles tinham adotado. É natural que estas pessoas teriam esperado que os outros cristãos seguissem esse mesmo padrão de obediência à lei de Deus.

[...] A preocupação dos fracos era com a preservação de certas práticas que eles consideravam expressões necessárias da fé cristã. A questão, como Paulo a vê, não é sobre legalismo — se for entendido como um sistema no qual certos rituais são observados como meio de se obter a graça —, porque Paulo aborda os fracos como os que já foram aceitos por Deus (Rm 14.3; 15.7). Em outras palavras, a questão não é sobre como se tornar crente, mas como agir como tal.

Nas palavras de Cranfield, estes crentes judeus sentiam que ‘era somente ao longo deste caminho particular que eles podiam expressar obedientemente sua resposta de fé à graça de Deus em Cristo’. As leis dietéticas e a observância de dias santos, quer sejam sábados ou dias de festa, eram marcas identificadoras dos judeus na Palestina e na Diáspora. Era-lhes difícil conceber que estes identificadores, que tinham sido tão críticos para eles se verem como o povo do concerto de Deus, agora deviam ser abandonados.” (Van Johnson. Romanos. In ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. Comentário bíblico Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, pp.903-4).

Fonte Pesquisa: Lições Bíblicas, 1º trimestre de 2006 - Salvação e Justificação — Os pilares da vida cristã





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