Os Abençoados


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Doutrina da Graça de Deus

Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens(Tt 2.11).

Por meio da morte expiatória de Cristo, a graça de Deus manifestou-se aos homens trazendo-lhes plena salvação.
À medida que avançamos no estudo da Epístola de Paulo aos Romanos, duas afirmações doutrinárias tornam-se evidentes. Primeira, o homem é salvo mediante a graça de Deus, sem as obras da lei (Rm 3.24; 4.16; 5.2,15,18; Gl 2.16,21; 3.2).

Segunda, a graça não autoriza o crente a pecar, para que seja manifestada com mais profusão. Pelo contrário, liberta o homem do poder do pecado (Rm 5.20, 6.1,2,11-15).

COMPREENDENDO A GRAÇA

Definição. O termo graça, do original charis, é usado cerca de cem vezes nas epístolas paulinas. Destas, vinte e quatro aparecem apenas em Romanos (1.5,7; 3.24; 4.4; 4.16; 5.2,15,17,18,20,21; 6.1,14,15; 11.5,6; 12.3,6; 15.15; 16.20,24). Na Antiga Aliança, o termo hebraico hesed corresponde ao sentido do Novo Testamento. Em diversas passagens é traduzido por “favor”, “misericórdia”, “bondade amorosa”, ou “graça que procede de Deus” (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 103.8; Jn 4.2).
No contexto da doutrina da salvação, charis é o dom ou favor imerecido de Deus, mediante o qual os homens são salvos por meio de Cristo (Ef 1.7; 2.5,8; Rm 3.24; Tt 2.14).

A extensão da graça. Estudar a respeito da graça de Deus implica descrever os principais ramos da doutrina da salvação: o perdão (At 10.43), a salvação (Tt 2.11; Rm 1.16), a regeneração (Tt 3.5), o arrependimento (At 11.18; Rm 2.4) e o amor divino (Jo 3.16; Rm 5.8).
A graça de Deus é dinâmica. Não somente salva, mas vivifica aqueles que estão destruídos pelo pecado, capacitando-os a viver em santidade (Ef 2.1-8). O capítulo 6 de Romanos mostra que a vida cristã requer santidade. Na igreja em Roma, muitos acreditavam que, se a salvação é pela fé, então, cada um podia fazer o que bem desejasse. Se a lei não salva, temos algum compromisso com ela? Paulo, portanto, escreve para evitar o mal-entendido. Somos salvos pela graça, por meio da fé (Ef 2.8-10). No entanto, a fé não anula a lei, mas a estabelece (Rm 3.30-31).

A CONTESTAÇÃO DA DOUTRINA DA GRAÇA

Havia duas correntes antibíblicas no período apostólico que procuravam contestar a doutrina da graça: o legalismo e o antinomismo.

Legalismo. Segundo este, só se adquire a salvação e a excelência moral mediante a lei mosaica. Este sistema, defendido por certos judeus cristãos em Roma, ensinava que a justificação era decorrente das obras da Lei (Rm 3.27-31; Gl 3-4). Paulo os exorta: “Nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei” (Rm 3.20).

Antinomismo. O termo significa “contrário à lei”. Os antinomianos acreditavam que podiam viver no pecado e, ainda assim, estarem livres da condenação eterna (Rm 6.1-7; 3.7; 4.1-25). Segundo os adeptos dessa teoria, uma vez que o homem foi justificado pela fé em Cristo, nenhuma obrigação moral é necessária agora. O apóstolo os persuade: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, então, da liberdade para dar ocasião à carne” (Gl 5.13; Rm 6.1-3).

OS RELACIONAMENTOS DA GRAÇA

Graça e justificação (Rm 3.24; 5.18). A graça de Deus garante gratuitamente a justificação em Cristo Jesus. Através da morte expiatória de Cristo, a graça manifestou-se aos homens, garantindo-lhes a justificação e a vida eterna.

Graça e redenção (Tt 2.11,14; Rm 3.24; Ef 1.7). Segundo as Escrituras: “A graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”. Cristo trouxe-nos completa redenção (1 Co 1.30); comprou a todos com o seu sangue (Ap 5.9; Cl 1.14); redimiu-nos da maldição da lei e de nossos pecados (Gl 3.13; Ef 1.7; Cl 1.14); e, por meio do Espírito, selou-nos para o dia da redenção (Ef 4.30; Rm 8.23), segundo as riquezas da graça (Ef 1.7,14).

Graça e purificação (Tt 2.11-14b). A graça salvadora não apenas ensina os homens a renunciarem a vil concupiscência, a impiedade e as mazelas morais da sociedade rebelada contra Deus, mas também capacita o crente a viver sóbria, justa e piamente no presente século. Vejamos o que se deve esperar de alguém cheio da graça de Deus.

a) Evitar a impiedade. A impiedade é uma categoria de pecado que se opõe à piedade (Jd v.4). Logo, inclui tudo o que a pessoa faz sem considerar a Deus e as suas leis morais (Sl 10.13; Rm 1.18). O ímpio não reconhece nem admite sua dependência de Deus (Sl 10.3,4). Os pecados de impiedade incluem: a blasfêmia contra Deus (Sl 10.13); a malícia (Sl 34.21); a violência (Sl 140.4) e as iniqüidades (Pv 5.22). O cristão deve rejeitar a impiedade (Tt 2.12a), pois os que negligenciam a piedade serão condenados (Jd vv.14,16).

b) Evitar as paixões mundanas. Ser ímpio constitui não apenas uma maneira de pensar, mas um estilo de vida específico (Jd vv.15,16). Os ímpios são materialistas e sensuais (2 Pe 2.12-14) e buscam as coisas que conduzem aos apetites carnais (Rm 1.18). Em lugar do Reino e da justiça de Deus, procuram tudo o que satisfaça seus desejos pecaminosos desregrados (Tt 2.12b; Ef 2.3; 1 Pe 4.2; 1 Jo 2.15-17).

c) Viver vida sensata. A palavra sensato, no original (sophroneo), quer dizer “de mente sã”, “mente sóbria” ou “temperante”. Este termo se refere à prudência e ao autocontrole proveniente de uma reflexão criteriosa. O temperante é alguém que não se deixa dominar pela ansiedade; é alguém que pondera seus atos e suas respectivas conseqüências de acordo com a Palavra de Deus (1 Tm 3.2; Gl 5.22; Tt 2.8-12; 2 Pe 2.3-8; At 24.25).

d) Viver justa e piedosamente. A graça de Deus possibilita ao crente uma vida justa e piedosa diante de Deus e dos homens. O termo “piedoso” refere-se ao cristão que é reverente a Deus e que pratica o bem em todos os seus relacionamentos (2 Pe 3.11; 2 Tm 3.12; Tt 2.12; At 10.2,7; 2 Pe 2.9). Uma pessoa piedosa tem como centro a vontade de Deus em todos os seus caminhos (Pv 3.5,6; 1 Co 10.31).

CONCLUSÃO

Aprendemos que a graça de Deus é imensurável. Ela inspira e cultiva. Santifica e transforma. Tudo isso vai muito além do que a lei confere, tornando a salvação da alma um empreendimento divino, embora, mediante a fé, seja necessária uma resposta positiva do homem (Ef 2.8-10).

Fonte: Lições Bíblicas, 1º trimestre 2006, Salvação e Justificação — Os pilares da vida cristã


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