Os Abençoados


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A superstição religiosa

“Porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2 Tm 1.12b).

Superstição religiosa é um conjunto de crendices apoiadas na ignorância, no desconhecido e no medo. Nada tem a ver com a fé que professamos.

A superstição está presente em todas as religiões, novas e velhas. É nociva à fé cristã em razão de levar o indivíduo a temer coisas inócuas e depositar a fé em coisas absurdas. Quem já não viu alguém procurar se proteger com um galho de arruda, com ferradura de cavalo na porta de casa, ou usar uma figa esperando obter sucesso? Os supersticiosos estão inclinados a acreditar em tudo, menos na Palavra de Deus.

ETIMOLOGIA

O termo grego. O substantivo grego empregado no Novo Testamento correspondente à palavra superstição é deisidaimonia. Essa palavra aparece apenas em Atos 25.19. De modo semelhante, o adjetivo procedente do original significa “piedoso, supersticiosos ou religiosos” (At 17.22). O termo procede de duas palavras gregas cujo sentido é “temor aos demônios, aos espíritos malignos ou as divindades pagãs”. Portanto, o vocábulo “superstição” designa um sentimento religioso fundamentado na ignorância, no medo de coisas sobrenaturais e na confiança em coisas ineficazes. Trata-se, por conseguinte, de uma crendice popular baseada em crenças infundadas.

O termo em nossas versões. A versão Almeida Atualizada e a Tradução Brasileira traduziram os vocábulos originais por “religião” e “religioso”, enquanto a Almeida Corrigida, por “superstição” e “supersticioso”. Agripa na qualidade de judeu, embora desconhecendo a natureza da questão sobre a ressurreição de Jesus, jamais chamaria essas coisas de mera superstição (At 25.19). O apóstolo Paulo, no areópago em Atenas, como disse alguém, empregou o termo com “amável ambigüidade” (At 17.22).

O termo latino. Jerônimo, na Vulgata Latina, traduziu os referidos termos por superstitio, (At 25.19) que significa “superstição, religião, culto, excessivo receio dos deuses, adivinhação, arte de predizer o futuro” e superstitiosus, “supersticioso” (At 17.22).

O termo no mundo romano. Havia diferença entre religião e superstição no mundo romano. O cristianismo, mais tarde, adotou essa distinção. Segundo Agostinho de Hipona, o homem supersticioso distingue-se do religioso, citando Varrão, autor romano (116-27 a.C), afirma que o supersticioso teme os deuses como inimigos, e o religioso reverencia-os como pais. A idéia dessa palavra no mundo romano é uma forma antiquada de culto, como deterioração ou algo ultrapassado, rejeitado pela religião oficial. Podemos resumir superstição como a crendice do medo (Jr 10.2).

CARACTERÍSTICAS ANIMISTAS

Animismo. Apesar da superstição estar presente em todas as religiões, é no animismo que ela praticamente se confunde. Animismo é a crença que atribui vida espiritual ou alma a coisas inanimadas. Os animistas acreditam que plantas e animais possuem alma, que a natureza está carregada de seres espirituais e que o espírito dos mortos vagueia pelos lugares onde as pessoas viviam ou costumavam freqüentar (Is 34.14). É conseqüência da Queda no Éden (Rm 1.23,25,28).

Fetiches. Os ídolos representam divindades ao passo que o fetichismo se caracteriza por atribuir propriedades mágicas ou divinas a certos objetos. Em muitos casos, os fetichistas dispensam, a tais objetos, reverência, adoração, gratidão e oferendas, esperando receber graças ou vinganças dessas divindades ou espíritos.

SUPERSTIÇÕES DO COTIDIANO

Amuletos e talismãs. É a crença no afastamento dos maus espíritos apenas pelo uso de certos objetos como galho de arruda, ferradura de cavalo na porta de casa, pé-de-coelho etc. Muitas vezes, são usados como objetos de adornos. O profeta Isaías incluiu os amuletos na lista de adornos femininos, traduzido por “arrecadas” na Versão Almeida Corrigida (Is 3.20). A palavra hebraica, aqui, é lahash, também usada para encantamento (Ec 10.11; Jr 8.17). Talismã consiste em letras, símbolos ou palavras sagradas, nomes de anjos ou demônios com o objetivo de afastar o mal de quem os usa.

Rogos do espirro. “Saúde!”, “Deus te crie!”, ou, expressão mais erudita como Dominus caetum!, “o Senhor te crie!”, hayim!, “vida!”, em Israel; são expressões que ouvimos no dia-a-dia quando alguém espirra. Por que não acontece o mesmo quando alguém tosse? Os antigos acreditavam que o espírito do homem residia na cabeça, e um bom espirro era o suficiente para sua fuga e, ao fazer uma pequena prece, ele permanecia na pessoa que espirrou. Hoje, isso já virou etiqueta social.

Sexta-feira 13. O número 13 é tido por alguns como bom agouro e para outros como infortúnio. Há até edifícios em que passam do 12° para o 14° andar temendo desgraças. A sexta-feira 13 é considerada um dia de azar. Uns atribuem a superstição sobre o número 13 aos vikings ou a outros normandos. Há também os que atribuem ao cristianismo, já que sexta-feira foi o dia em que Jesus morreu e 13 é uma referência a Judas Iscariotes que, segundo os supersticiosos, era o décimo terceiro homem da reunião da Última Ceia. Mas, não há indício algum para confirmar essa versão.

SUPERSTIÇÕES SUPOSTAMENTE BÍBLICAS

Segunda-feira azarada. Os judeus não consideram a segunda-feira um bom dia para negócios, porque no relato da criação, em Gênesis 1, não consta o registro “e viu Deus que era bom”, como aparece nos demais dias. Mas, no dia terceiro, aparece duas vezes a expressão “e viu Deus que era bom” (Gn 1.10,12), por isso é o dia tradicional de cerimônia de casamentos e, também, o dia em que se celebram grandes negócios em Israel. O costume baseia-se na interpretação incorreta de uma passagem bíblica. A bênção divina para o sucesso, todavia, não depende do dia em que o evento é realizado, e sim na confiança em Deus (Sl 37.3-5).

Mezuzá. Palavra hebraica que significa “portal, umbral, ombreira” (Êx 12.7). Esse termo é usado hoje para identificar o pequeno tubo metálico que os judeus usam no umbral direito da porta, seguindo o prescrito na Lei de Moisés (Dt 6.4-9). Isso não deve ser considerado superstição, pois tem fundamento bíblico, como não é superstição um cristão colocar em seu lar quadros com versículos bíblicos e outros motivos cristãos como identificação de sua fé. Mas os judeus cabalísticos da Idade Média transformaram a mezuzá em amuletos e talismãs, como objetos de proteção.

O perigo da inversão de valores. Não confundir o Cristo da cruz com a cruz de Cristo. Os hebreus consideravam a simples presença da arca da aliança na guerra como garantia de vitória (1 Sm 4.4-11). Ainda hoje, alguns crentes crêem estar protegidos de infortúnio e mau augúrio só porque mantêm a Bíblia aberta no salmo 91. Isso significa transformar a fé viva no Deus todo-poderoso em mera superstição ou amuleto. A proteção vem da confiança em Deus e na obediência à Sua Palavra (Js 1.8;1 Jo 5.4).

Fé cristã não é superstição. Os filhos de Ceva, tendo em vista o misticismo de Éfeso, cuidaram fosse o apóstolo Paulo um mágico com uma nova fórmula: o nome de Jesus (At 19.13). Mas eles se equivocaram. Ainda hoje há os que transformam elementos cristãos em superstições. Baseados em lendas de vampiros, muitos supõem que, exibindo uma cruz, podem expulsar os espíritos maus. Jesus disse: “em meu nome expulsarão demônios” (Mc 16.17). Ele conferiu essa autoridade aos seus servos (Mt 10.8). Todos os que usarem o nome de Jesus como amuletos poderão ter a mesma decepção dos filhos de Ceva (At 19.16).

As superstições, independentemente de sua origem, são nocivas à fé cristã. Crer em coisas triviais, ou nas aparentemente bíblicas, é rejeitar a fé em Deus ou acrescentar algo além dEle. Nós cremos num Deus que pode guardar-nos de todos os males (2 Tm 1.12).

Fonte: Lições Bíblicas, CPAD, 2º Trimestre de 2006, Heresias e Modismos — Combatendo os erros doutrinários

“Evangélicos supersticiosos"

Não seria o uso de elementos como galhinho de arruda, sal grosso e copo d’água na liturgia uma volta ao misticismo medieval, tão condenado pelos reformadores? A teologia da maldição hereditária não seria um vilipêndio à doutrina da graça e uma superstição religiosa em sua essência? Lamentavelmente, é nítida a existência de casos de superstição entre evangélicos, mas isso é resultado da ausência de orientação bíblica. Nas igrejas onde o povo recebe o ensino sistemático e sadio da Palavra de Deus raramente existe isso.

Alguns casos de supersticiosidade entre evangélicos são menores, outros são mais graves. Alguns exemplos do primeiro tipo são deixar a Bíblia aberta no Salmo 91 para afastar desgraças; utilizar a expressão ‘Tá amarrado!’ de forma séria, como uma espécie de precaução espiritual; abrir a Bíblia aleatoriamente para ‘tirar um versículo’ que funciona como a orientação de Deus para tomarmos uma decisão; trocar a leitura sistemática e regular da Bíblia pela ‘caixinha de promessas’; reputar que a oração no monte tem mais eficácia do que a feita dentro do quarto ou na igreja; dormir empacotado para que Deus, ao nos visitar à noite, não se entristeça; e acreditar que objetos ou algum suvenir de Israel (pedrinhas, água do Rio Jordão, folhas) têm algum poder especial.

O protestantismo foi um dos grandes catalisadores do fim da superstição da Idade Média, que havia sido implementado por um catolicismo cada vez mais decadente. É só reexaminarmos a história e veremos que, antes da Reforma, o mundo medieval era cheio de fantasmas, duendes, gnomos, demônios, anjos e santos. O povo era ignorante, extremamente supersticioso e não tinha acesso à leitura. A própria Igreja Católica Romana fomentava e explorava isso. Foram os evangélicos que combateram tudo isso, inclusive apoiados pelos humanistas da época.

Um exemplo de caso grave de superstição é o caso da teologia da maldição hereditária, que declara insuficiente a obra de Cristo na vida da pessoa, pois afirma que, depois de salvo por Jesus, o cristão deve desenterrar o seu passado e o de seus familiares para quebrar uma a uma todas as possíveis maldições que acometeram seus ante-passados e que ainda repousariam sobre ele, se não a libertação não será completa. Além de não ter base bíblica (2 Co 5.17), essa teologia defende um princípio quase reencarnacionista, estabelecendo um carma na vida da pessoa a partir de seus parentes. (...) Fujamos de toda a sorte de superstição. Que nossa fé seja absolutamente bíblica”

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